E a ponte inacabada do Aracati na BR-304, termina quando? (pergunte ao Dnit). É legal e legítimo “inocentar” prefeitos com contas irregulares? (pergunte ao Tribunal de Contas dos Municípios). Quantos quilos de comida foram para o ralo no réveillon? (pergunte a você mesmo). Pena que o debate sobre flagrantes da vida real tenha desaparecido da universidade, cuja missão é uma sociedade melhor.
No ensaio “A Escola no Tempo do Google“, publicado no O POVO, em 4/1/14, defendemos uma escola interativa onde o aluno é um agente crítico na busca dialética do conhecimento, assumindo responsabilidades na construção da sociedade. O jovem precisa perceber na prática a importância “do outro”, sem o qual a vida não tem sentido.
Neste modelo o professor “já era” se ele for um repetidor de informações, à moda papagaio. Em tempos de Google e Wikipedia, o aluno não veio à escola para ouvir informação, mas para discuti-la, questioná-la, entendê-la. Ele veio para transformar informação em conhecimento. Afinal, a informação enquanto poder “sectário” (pergunte ao papa Obama) tornou-se, em tempos de Facebook, também anárquica.
Portanto, o professor precisa ser um animador, orientador do jovem. Ela, a informação, antes confinada a mestres e livros, está hoje “na ponta dos dedos” do jovem com tablets, smartphones e celulares tipo P (“pebinhas”). Não há jovem que aguente mais uma aula professoral (calado e obediente) do século 19, ávido que está para “datilografar” nos Facebooks e WhatsApps da vida eletrônica.
Além de interativa, a escola precisa ser excessivamente social, cidadã, capaz de envolver o jovem, tocá-lo naquilo que lhe é mais forte: sua autoestima. Trata-se de um recado que os educadores precisam aprender com as redes sociais. São as mesmas redes sociais dos “rolezinhos” nos shoppings e parques, capazes de fazer tremer o poder dos “rolezões” nos gabinetes e nas estradas (pergunte ao Dnit).
Mauro Oliveira – Professor do IFCE Aracati, doutor em informática
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