Clarice querida,

O mundo está mudando rápido. Bem mais rápido que as nossas escolas. Há tantas delas que ainda não perceberam que este mundo internético em que hoje vivemos é radicalmente diferente do mundo desconectado de algumas poucas décadas atrás e que nossa Educação agora pode e precisa ser muito melhor.

Grandes ideias não faltam: escolas na nuvem na Índia, aulas sem turmas nem professores em Portugal, salas-de-aula invertidas nos Estados Unidos, brinquedos que ensinam crianças a programar computadores na Inglaterra, milhares de pessoas do mundo todo fazendo juntas cursos de nível superior!

Mas é preciso querer ver a necessidade de mudar, e isso demora. Por mais que eu esteja otimista, não acho que os anos que te restam na escola sejam tempo suficiente para essa onda de renovação se espalhar pelo Brasil e chegar à tua sala-de-aula.

Vai ser por pouco… Você é parte da última geração de alunos da escola do passado. Ou seja, alunos de um modelo de educação igualzinho ao que eu tive, e que também foi o mesmo dos teus avós, teus bisavós, teus trisavós…

Mas se não dá para evitar que as manhãs da tua infância sejam gastas em aulas chatas e desestimulantes, você pode pelo menos ficar alerta aos defeitos desse modelo. Assim, enquanto você aproveita o que a escola pode te oferecer de bom, vai conseguir impedir que ela te ensine algumas coisas que a mim custaram muitos anos para desaprender.

Não deixe que a escola te ensine que conhecimentos podem ser compartimentados, separados em caixinhas, isolados uns dos outros.

Na escola do passado, a matemática acaba quando começa a física e a geografia acaba quando começa a história. No mundo, há biologia no esporte, matemática na música, história na literatura, gramática na programação de computadores… Por isso, depois de ver algo de perto, dê sempre um passo para trás, perceba as relações, enxergue o todo.

Não deixe que a escola te ensine que alguns conhecimentos são mais importantes que outros.

Na escola do passado, para cada aula de artes há duas de geografia e para cada uma de geografia há duas de matemática. Música, artes plásticas, esportes, religião, filosofia são tratados como matérias de “segundo time”. Quantos grandes artistas e esportistas foram vistos como maus alunos e forçados a abandonar seus talentos porque o conhecimento que lhes interessava não era o mesmo que interessava à escola! Persiga teus interesses mesmo que eles não interessem a mais ninguém.

Não deixe que a escola te ensine que há um momento específico para aprender cada coisa.

Na escola do passado, quem não consegue acompanhar a turma é tido como um fracassado e quem quer avançar mais rápido é freado, impedido. Ela exige que todos aprendam o mesmo ao mesmo tempo. Mas as pessoas não são todas iguais. Você pode ter mais facilidade que os colegas em um determinado assunto e menos em outro. Não deixe que te empurrem nem que te segurem. Respeite teu próprio ritmo de aprendizado.

Não deixe que a escola te ensine a decorar.

Informação x ConhecimentoAo contrário, esqueça tudo que puder. O homem dominou o planeta porque foi capaz de fabricar ferramentas que estenderam os limites das nossas mãos e pés. Agora, fomos ainda mais além e fabricamos ferramentas que estendem os limites do nosso cérebro. Não precisamos mais desperdiça-lo usando-o como um depósito de nomes, datas e fórmulas; hoje podemos aproveitar todo o potencial dele para analisar, criticar e refletir o mundo de informações que podemos acessar com um clique. A Internet é o teu HD, o cérebro é o teu processador.

Não deixe que a escola te ensine a te contentar com pouco.

Na escola do passado, as consequências de tirar nota 10 ou nota 7 são as mesmas. O aluno excelente passa de ano da mesma forma que o mediano, com, no máximo, um elogio da professora. Assim, aos poucos os alunos vão ficando satisfeitos em “passar por média”. Nunca fique contente com a média. Dê teu melhor sempre, em tudo o que fizer (inclusive nesses poucos anos que ainda te restam na escola do passado). No mundo, ao contrário da escola, a excelência faz muita diferença.

Não deixe que a escola te ensine a acreditar que ela é suficiente.

A escola do passado lamentavelmente abdicou da missão de preparar os alunos para o futuro e se limita a tentar prepará-los para o vestibular ou o ENEM. Mas a tua vida produtiva começa exatamente depois desse ponto e para ser bem sucedida nela você precisará de muito mais do que ciências, matemática, português, história e geografia. O futuro vai exigir que você tenha uma boa noção dos teus direitos e deveres para cumprir teu papel de cidadã, conheça um pouco de economia para saber gerenciar teu dinheiro, aprenda sobre empreendedorismo para fazer tuas ideias virarem realidade, tenha consciência global para compreender teu lugar no mundo, domine a Internet enquanto ferramenta de comunicação e muito mais. Há muitos conhecimentos que não estão na escola. Procure-os onde estiverem.

John LennonNão deixe que a escola te ensine que provas são capazes de medir a tua capacidade e inteligência.

A história está repleta de gênios que foram tidos como maus alunos. Eles eram considerados incapazes nas suas escolas porque estavam à frente delas e, portanto, não podiam ser medidos pelos seus testes. As provas da escola do passado servem para provar quem está mais adequado ao mundo do passado.

Não deixe que a escola te ensine que você não tem nada a ensinar.

Na escola do passado os alunos são separados em séries de acordo com suas faixas etárias e isso praticamente impede a interação entre idades diferentes. Colegas um pouco mais velhos têm muito a te ensinar e, o que é ainda mais importante, os mais novos têm muito a aprender contigo. E ensinar é a forma mais eficiente de aprender. Quando um professor detém o monopólio do ensino, ele te rouba inúmeras oportunidades de aprender ensinando e ensinar aprendendo.

Caminho do sucessoNão deixe que a escola te ensine que errar é ruim.

Provas fazem isso o tempo todo, sem que os alunos percebam. Do jeito que são feitas, elas servem apenas para apontar e punir nossos erros e desperdiçam a oportunidade de nos ajudar a aprender com eles. O resultado é que aos poucos vamos nos acostumando a não arriscar e a evitar erros a todo custo. Não há nada pior para o aprendizado do que o medo de errar. Erre! Erre de novo! Erre à vontade. Erre quantas vezes forem necessárias até acertar.

Não deixe que a escola te ensine a ser apenas consumidora de ideias.

A escola do passado se limita a ruminar as ideias dos outros. Diariamente, aula após aula, os alunos mastigam, engolem e digerem um enorme cardápio de informações. Não há nenhum espaço para que eles gerem conhecimento, produzam pensamentos, criem ideias, somem. Os alunos são tratados como se fossem incapazes disso e logo se convencem dessa incapacidade. O mundo do futuro é o mundo da troca. Nele, os bem sucedidos não serão os que forem capazes de acumular mais ideias, mas os que forem capazes de distribuir mais. Escreva, desenhe, cante, dance, filme, blogue, fotografe, pinte e borde. Crie, produza, pense, gere, compartilhe.

E o mais importante de tudo, minha filha: não deixe que a escola te ensine que aprender é a mesma coisa que ser ensinado.

Toda criança nasce uma esponjinha de conhecimento ávida para absorver os comos e os porquês de tudo que vê. Essa curiosidade sem fim, essa fome de aprender costuma durar até o exato momento em que ela passa pela porta da sala de aula da primeira série da escola do passado. É nesse momento que as crianças são convencidas que aprender não é experimentar, sentir e sujar as mãos de terra ou tinta, como faziam até agora, mas sim sentar silenciosamente em cadeiras alinhadas e ser ensinado por um professor que é o dono de todo o saber e que decide sozinho a hora de começar e de parar de estudar cada assunto. O aprendizado não vem mais da interação da própria criança com o objeto que ela está conhecendo. Agora, ele é “transferido”. A criança não faz mais perguntas, ouve respostas. A busca do conhecimento não começa mais nas interrogações dos alunos, mas nas afirmações do professor; o estudo não mais se inicia na curiosidade, mas na autoridade. A criança não está mais no comando do seu aprendizado, ela não é mais um sujeito ativo no ato de aprender, é um sujeito passivo do ato de ensinar do professor. Em resumo, a criança não mais aprende, é ensinada. Não abra mão da direção da tua vida. Viver é aprender e você tem autonomia (ou seja, a liberdade e a responsabilidade) para decidir o que aprender e, portanto, como viver. Não a ceda a ninguém.

 

Se você conseguir impedir a escola de te ensinar essas coisas, vai acabar descobrindo que vida escolar é diferente de vida de aprendizado. E então, terá a vida inteira para desfrutar dessa incrível Era do Conhecimento que está apenas começando.

Te amo.

Teu pai


Renato Carvalho

Designer, Mestre em Design de Tecnologias Educacionais pela Universidade de Toronto. Trabalha por uma Educação focada no estímulo à criatividade, colaboração, autonomia, iniciativa e pensamento crítico.

291 thoughts on “Carta à minha filha: Não deixe que a escola te ensine

  1. Parabéns.
    Conheço alguns professores (eu não o sou) que reclamam por não conseguir se aproximar de seus alunos ou chamar-lhes a atenção. Afirmam que fazem de tudo NA SALA DE AULA, mas não conseguem.
    Minha esposa, que cursa Geografia, em seu primeiro semestre de estagio obrigatório, chegou em casa me contando, meio que na metade do semestre, que certo dia alguns alunos vieram perguntar porque ela e a colega de estagio ficavam entre eles na hora do recreio, ao invés de se trancar na sala dos professores (entendo que é um momento de descanso para profissionais que muitas vezes trabalham 12h), mas a partir daí, elas exploraram isso e tiveram um ótimo retorno sobre a atenção dos alunos, pois conseguiram envolver estas crianças, simplesmente pelo fato de travar uma convivência fora da sala de aula. Deixaram de ser ETs, ou o “sabe tudo,” e passaram a ser vistas como parte da turma, apenas com um pouco de idade e conhecimento a mais, mas que fez muita diferença.
    Talvez esta experiencia não esteja totalmente adequada àquilo que você sugere, mas é um diferencial que pode ajudar, eu assim acredito.

    • Bem por aí, Pedro. Embora não seja professora, me interesso pela aprendizagem de nossa relação com o mundo e sobre o q podemos fazer para melhorar nossas vidas e nosso entorno. Fico feliz qdo vejo atitudes como as de sua esposa pq concordo q, independente do grau de titulação, a hora é de todos descermos do “tablado” e tentar ser aprendizes 🙂

      • Olá! Não sou professora (ainda), e fico muito feliz ao saber ou ver atitudes como da sua esposa Pedro, muitos alunos sentem a necessidade desse contato com o professor e aluno, e as vezes não acontecem na vida de alguns alunos, a maioria deles tem o professor como exemplo, mas são aqueles professores que procuram conhecer o aluno e tenta ajudá-lo no simples diálogo ou atenção. Eu tive excelentes professores-amigos e ajudou-me bastante no meu crescimento profissional.

    • OS da educação se renovam a cada dia, essa renovação irá depender dos alunos que recebemos e da necessidade de cada um, cabe a escola como um todoencontrar métodos coerente a necessidade da diversidade dos alunos que muitas vezes não são avaliados de acordo com suas habilidades e individualidade, pois não é possível avaliar avaliar diversos alunos com o mesmos instrumento avaliativo como por exemplo uma prova escrita com apenas textos e questõas objetivas.

      • Caros colégas , em minhas colocações anteriores disse que os DESAFIOS da educação se renova a cada dia, depende dos alunos que a escola recebe, porém cabe a instituição educativa como um todo encontrar métodos de ensino coerente a necessidade de cada aluno e este educando muitas vezes não são avaliados de acordo com suas habilidades e necessidades individuais, pois não é possivel avaliar diferentes alunos com o mesmo método de ensino como por exemplo uma prova escrita .
        Sou professora da rede pública que prega a inclusão de alunos com necessidades especiais mas que, não tem me dado apoi pedagógico para lidar com um aluno com necessidades especiais com o qual eu trabalho diariamente em sala de aula tentando na medida do possivel realizar tarefas diferenciadas e de acorda com seus habilidades e necessidades.

        • Prezada Bete, desculpe, mas não dá pra deixar simplesmente passar teu comentário- uma vez que você se diz professora. Vamos lá:
          1- “colegas” não tem acento;
          2- “os desafios” não se renova, se renovam;
          3- os mesmos “desafios”, então, não depende, mas dependem (estou me atendo só ao uso correto da língua, não concordando contigo);
          4- no trecho “cabe a instituição”, deveria haver um acento indicativo da crase que ocorreu ali;
          5- logo em seguida, “métodos de ensino” não podem ser “coerente a necessidade” mas deveriam ser coerentes com a necessidade;
          6- depois, “este educando (…) são avaliados” não dá (!!!): de novo é preciso observar a concordância em número;
          7- parabéns por sua pregação quanto à inclusão daqueles com necessidades especiais, mas a única vírgula grafada no seu último parágrafo está em um lugar em que não cabe esse sinal, não está claro quem não tem te dado apoio e aonde escreveste acorda e seus (ambas palavras na última linha) acho que querias dizer acordo e suas, respectivamente.

          Espero não parecer pedante, muitas vezes escrevemos com pequenos erros (especialmente de grafia como os teus últimos que notei) nos comentários na internet. Mas acho que sofremos também com um certo descaso inadmissível com a língua que faz com que a escola de meus filhos, bem do estilo velha escola, mande-nos seguidamente mensagens cheias de erros de concordância em gênero, número e grau. Literalmente. Nunca perdoei a escola (eles tem que dar exemplo e revisão não custa muito) e não acho que deva passar, justo aqui, um comentário escrito como o teu. No mais, meu sincero reconhecimento pela tua opção de adotar o magistério na rede pública.

          • Caro Marcos, o verbo ter quando grafado na terceira pessoa do plural do presente do indicativo recebe um acento circunflexo, para diferenciar da terceira pessoa do singular: eles têm, eles mantêm

          • Obrigado, César, tens razão. Eu já havia admitido: às vezes cometemos pequenos erros. Como meu negócio mesmo é a matemática, acho que não ficou tão feio. Abraço.

          • Prezado Marcos:
            Também não posso deixar de replicar seu comentário (correções), vamos lá:

            1) Também sou professora e estou cercada de colegas como a prezada Bete,cheias de boas ideias, mas incapazes de escrever um simples texto, sem erros de ortografia, concordância e etc.

            Abraços.

        • Te parabenizo Bete, por seu trabalho de inclusao. Entendo que qualquer ajuda, é bem vinda. No entanto, nao tendo nenhuma intençao de ofende-la, quería te dizer que antes de postar qualquer mensagem; ainda mais se tratando de uma profissional na área da educaçao, seria conveniente corrigir os erros ortográficos, para dar maior seriedade e força ao conteúdo escrito.
          Meus sinceros cumprimentos
          ps. nao acentuei muitas palavras pois nao encontro os acentos no meu computador.

    • Caro Pedro, gostei muito do texto. Sou Coordenador Pedagógico de uma Escola e temos debatido o quão diferente deve ser o ambiente escolar para que possa “despertar” a vontade dos estudantes irem todos os dias. Isso não é tarefa fácil, pois a concorrência direta com os multimeios, fragiliza muito a atuação docente. Mas, pergunto. Por que será que ao analisarmos a atuação/comportamento dos professores, fazem com que os estudantes adorem aquela disciplina x? Onde está a diferença entre um professor que se formou em uma Escola renomada e outro em uma Escola mais simples, porém esse segundo com o grau de atratividade muito maior para os estudantes?
      Penso que a conexão dos assuntos tratados em aula com os aspectos da vida diária é uma provável hipótese para manter vivo o lugar chamado Escola e, essa vida só será possível se o PROFESSOR der a verdadeira melodia aos “ingredientes que tem às mãos.”

      Muito Obrigado.

    • Nos meus 3 anos de ensino médio, coincidentemente meu professor de Geografia fazia exatamente a mesma coisa. Dava o horário do intervalo, e lá estava, interagindo, conversando, rindo com os alunos, e, gerou automaticamente um respeito entre os alunos e ele, pois todos sabiam sua opinião sobre assuntos do cotidiano, sejam eles positivos ou negativos, o que importava era que tínhamos a posição dele e podíamos debater isso diretamente com ele, não tinha aquela autoridade de sala de aula que sempre acontecia com os outros. Acabo de concluir o primeiro semestre na faculdade, e lá, felizmente tenho um outro professor de Economia que faz o mesmo. Realmente, acho isso um diferencial e tanto, e ajuda ainda mais no comportamento dos alunos na sala de aula, quando ele chegava pra dar aula todos os alunos tinham uma motivação a mais. Parabéns pelo comentário.

  2. Tirando o fato de que religião não é matéria a ser aprendida em escola (nem de segunda, nem de quinta, muito menos de primeira), concordo demais com o texto. Infelizmente, embora tenha sido considerada geralmente uma “boa aluna”, tenho essa mágoa de não ter estudado na escola que ainda não existe.

      • Desde que se ensina sobre todas as religioes, a titulo de cultura/historia/curiosidade, nao tem problema. Ensinar sobre as religioes != ensinar a religiao. Se ensine diversidade, que nenhuma religiao eh superior a outra, que ambas partiram de temas similares e se diversificaram, eu concordo. Se for pra ensinar que religiao “x” eh o caminho, ai sinto muito.

      • os valores são adquiridos de acordo com sua forma de educação, sua vivência perante a sociedade. claro que quem cresce absorvendo atos e crenças religiosas, consequentemente terá seus valores voltados para esta, também. Assim como quem não cresce no meio, mas pode, por ventura, ter valores religiosos bem parecidos com o do anterior citado.

    • Olá. Eu sabia que estava pisando em terreno perigoso ao colocar essa palavrinha no texto. Como eu já disse em um comentário anterior, se perguntarmos para 50 pessoas o que significa a palavra “religião”, provavelmente receberemos 50 respostas diferentes. Eu não a usei no sentido de uma religião específica, muito menos de doutrinação. O que eu acredito é que as religiões são uma das mais importantes manifestações humanas em qualquer cultura e como tal merecem ser objeto de estudo na escola.

      • Interessante, para mim AS religiões são formas de domínio sobre os outros, uma espécie de conservação do feudalismo. Em meu modo de pensar ninguém tem o direito de comandar o cérebro dos outros seja a que pretexto for. Além disso, desde os primórdios da humanidade o ser humano tem por habito se apegar a coisas e dignificar o que não compreende, veja o caso dos homens das cavernas ao se prostarem diante dos raios e trovões achando que eram manifestações contra eles vindos de alguma divindade. Depois disso, alguns homens descobriram que poderiam comandar as massas se criassem um ser superior que iria castigar quem não os obedecesse e aí nasceram as religiões. Bem, após isso os ensinamentos sobre ESCRITA/LEITURA e MEDICINA, MATEMATICA/FISICA, ARTES ETC…somente eram passados nas tais igrejas aos Padres e somente ela, IGREJA, detinha o conhecimento. Vejam só a maldade de alguns seres humanos! Agora já estamos nos tempos atuais e graças ao conhecimento divulgado DA FORMA TRADICIONAL através da criação das escolas pudemos chegar ao ponto de criar Naves Espaciais, Foguetes, Cidade no Espaço (Estação Orbital Internacional, antes era só a MIR da antiga União Sovietica que resolveu abrir seu conhecimento ao mundo), computadores, medicina de ponta etc…..então não devemos só recriminar e sim analisar e MELHORAR.

        • Marcos, do jeito como foi posto aqui acho um enorme exagero você pensar as religioes assim. É tão ou mais conservador do que o sistema atual de ensino. O tema “religioes” hoje pode ser apenas um estudo filosofico de crenças abstratas da vida e natureza. Todo este conhecimento cientifico e, e tão necessa’rio quanto, esta no google hj. Para que aprender na escola todas as batalhas que ocorreram no século 17 na França? E sim, ja chegamos na ciência perfeita, Acho realmente que agora precismaos equilibrar com “abstrações”. Nos especificamos demais. Transdisciplinaridade.

        • Marcos, como falei anteriormente, religião é um assunto em que provavelmente encontraremos 50 opiniões diferentes se conversarmos com 50 pessoas. A minha é certamente um pouco diferente da sua. Mas, mesmo tomando a sua opinião como verdade e considerando que, conforme você disse, “as religiões são formas de domínio sobre os outros”, isso, por si só, não seria um motivo fortíssimo para estudá-las? Algo assim tão poderoso e que tem tanta influência na vida das pessoas merece ser objeto de estudo, para que os jovens saibam como lidar com isso, não?

        • Marcus, eu concordo com o Tito e com o Renato, dizer que a religião é pura e simplesmente uma forma de dominação é um tanto quanto exagerada, okay que isso até tenha acontecido no passado (com poucas religiões por sinal) e que muitos seres humanos utilizaram da inocência e da ignorância da população para proveito próprio. Mas, generalizar e dizer que todas são assim e ainda pensar que o fato de ensinarem nas escolas sobre o assunto faça com que os alunos passem por uma lavagem cerebral, como você colocou no texto “comandar o cérebro dos outros seja a que pretexto for” é um modo de pensar mais que conservadora (mas.. tudo bem, como o Renato disse existem 50 opiniões diferentes se conversarmos com 50 pessoas sobre o tópico), entenda, ensinar religião é o mesmo que ensinar política. Seria uma apresentação dos fatos, não seria algo partidário e nem nada do gênero. Apesar de serem assuntos delicados, são necessários. O aluno não pode simplesmente ignorar que existe religião ou política no mundo. Fazem parte da cultura de cada país, fazem parte da história, querendo ou não a religião interferiu e muito no mundo que conhecemos hoje. A religião vai muito além desse pensamente de que ela só serve como forma de doutrinar e impor castigos àqueles que desobedecem. Mostra a forma como o ser humano pensa, o que os motivaram a tomarem certas atitudes, como um pensamento de que existe um ser divino pode influenciar tanto a vida de um indivíduo, mostra a determinação de devotos a lutarem pelo que acreditam, independente de estarem certos ou não. Realmente é algo poderoso a ponto de ser estudado, o fato de você ter fé ou não, não interfere na importância do assunto, existem muitos ateus que estudam teologia, eles por acaso concordam com tudo que vêem?
          Ser uma espécie de conservação do feudalismo? Meu caro, tem tanta coisa no nosso país que ainda se baseia nesse sistema (principalmente no Brasil, onde quem tem terras ou posses ainda são considerados os mais poderosos). AS religiões, não são uma delas.
          E sim, graças ao conhecimento divulgado da forma tradicional através da criação das escolas que pudemos chegar ao ponto de criar tanta tecnologia como o senhor mesmo deixou claro. Mas essa forma tradicional foi bom só pro século XX, as necessidades mudaram, o sistema educacional precisa ser repensado e renovado. Você que se baseia e se apoia tanto na ideia de evoluir por meio da ciência (pelo menos foi isso que deixou transparecer) e considera que “analisar e melhorar” é sinônimo de excluir qualquer assunto que tenha divergência de opiniões, ou seja polêmico, delicado, bom, então é perceptível que há uma falha no modelo antigo de ensino por resultar num pensamento tão conservador. Pensar que o estudo das religiões irá ser motivo para dominar os alunos então você está os subestimando (e muito), porque tenho absoluta certeza que qualquer pessoa que esteja no ensino médio ou fundamental tem a capacidade de decidir sozinho qual caminho vai querer seguir, ao contrário da época em que a Igreja detinha o conhecimento, hoje o conhecimento está a um clique de distância e se um professor conseguir mesmo influenciar um aluno a certo ponto dele querer seguir cegamente uma religião então a “culpa” não seria da escola ou do educador.
          Bem, espero que o senhor tenha entendido o meu ponto de vista, me perdoe por qualquer coisa, é que lendo os comentários das pessoas não pude não me manifestar ao ler o seu.
          Renato belíssimo texto, como sempre, concordo com tudo que disse e sou super a favor de uma mudança no jeito como as pessoas aprendem. Esse pensamento de que errar é sinônimo de fracasso quando na verdade é uma vitória me entristece muito, até porque eu tenho ele de vez em quando e sempre tento me repreender haha
          Conversamos muito na minha escola sobre esses assuntos de reaprender a aprender, educar os educadores e transdisciplinaridade. Temos um sistema de ensino baseado em problemas (muito provável que você já tenha lido sobre o assunto) que implementamos este ano, por isso ainda é uma fase de transição e adaptação. Uma pena que eu esteja no terceiro, porque gostaria de repetir a escola várias e várias vezes só para ver o resultado final e assistir uma aula no qual não precisem todos os alunos estar sentados numa carteira absorvendo informações a cada minuto num período do dia que já virou regra (7:00 – 12:00), uniformizados como numa fábrica a lá Fordismo.
          Obrigada pelo texto Renato, um abraço.

  3. Excelente elaboração. Texto fantástico, idéias maravilhosas e inovadoras que refletem com substancialidade as necessidades da sociedade atual. Comentários respondidos com propriedade e grandeza. Tenho duas filhas em idade escolar, me identifiquei muito e buscarei transmitir a elas. Acho que você tem toda razão. Contudo, gostaria de apenas ressalvar que compreendi neste texto um certo direcionamento aos pais. Interpretei uma certa simbologia do título “Carta à minha filha”. Como você mesmo colocou, temos que “transferir” essas idéias às crianças e não às injungir. Apesar de expressar a pura realidade, alguns pontos não estão no plano da compreensão infantil e, na falta de cuidado, podem acuar os pequenos; como por exemplo, a repetição de subtítulos “Não deixe que a escola…”.Não é uma crítica, apenas uma observação para alguém que possa talvez confundir a dimensão da ideia. Enfim, classificaria como uma magnífica gênese doutrinária favorável a uma promissora reflexão. Parabéns Renato Carvalho pela sua publicação.

    • Obrigado, Gustavo. A repetição desse subtítulo, confesso, foi proposital. Concordo que é preciso ter cuidado para não influenciar demais, mas nesse ponto eu achei que devia ser mais enfático justamente por se tratar de uma “reação” a uma influência subliminar muito forte das escolas no sentido contrário. O principal ponto do texto é que o modelo escolar “ensina” às crianças que elas não tem autonomia sobre seu aprendizado. Tudo é decidido à revelia delas: o que deve ser estudado, quando, como, como o resultado será avaliado… Ao repetir “não deixe”, eu tentei devolver a autonomia à minha filha, fazer com que ela perceba que, no fundo, é ela quem decide o que irá aprender de cada experiência que vivenciar.

  4. Nossa, perfeito!!! Adorei…muitas escolas precisam receber esta carta.Isso sem dizer nas escolas que só querem os bons alunos, ….da pra entender??? os alunos vão pra escola pra se tornarem bons né??? aprender……

  5. Parabéns, sensacional, gostaria muito que a realidade das escolas fosse diferente e que meus filhos pudessem estudar em uma escola que respeite o indivíduo e que ensine a pensar, novamente parabéns

  6. Seu texto foi muito útil aqui no Colégio. Trabalhamos em uma reunião com professores do Ensino Médio e compartilhamos com outros colegas de trabalho. As questões suscitadas no grupo foram muito ricas. Faço uso da argumentação de uma colega, em forma de poesia, para tentar expressar o quanto exploramos sua “carta…”

    ” O LEGAL DO TEXTO APRESENTADO

    É O QUE ESTÁ SENDO TRANSFORMADO

    CONHECIMENTO NÃO É TRANSFERIDO

    E NEM TÃO POUCO ENSINADO

    É UMA INTERAÇÃO DE APRENDIZADO

    ERROS, ENSAIOS VIVENCIADOS

    QUE VÃO ENTÃO CONSTRUINDO

    O SABER AQUI TRATADO.

    TAMBÉM ACHEI INTERESSANTE

    O APRESENTADO A DIANTE

    VALORAR A SUBJETIVIDADE

    TER UMA VISÃO DE GIGANTE

    POIS NÃO É MAIS COMO ERA ANTES

    NOSSO MUNDO ESTÁ MUDADO

    OU SE ENXERGA A VERDADE

    OU SE FICARÁ ESTANQUE

    CHEGA DE UNIFORMIZAR

    DE QUERER HOMOGENEIZAR

    O QUE É DIFERENCIADO

    NÃO DA PARA COMPARTIMENTAR

    OU ENTÃO QUERER FREAR

    O EDUCANDO TRATADO

    VAMOS REAVALIAR

    NÃO VIVAMOS DO PASSADO.

    BOM, ENTÃO QUERO AGRADECER

    ESPECIALMENTE A VOCÊ

    POR TER DE MIM A LEMBRANÇA

    POIS PRA MIM O APRENDER

    PERPASSA PELO COVIVER

    COM RESPEITO E CONFIANÇA

    É A CERTEZA DE UM AMIGO

    QUE ACENDE A ESPERANÇA!”
    Maiana

    Neste último verso ela agradece a mim e eu agradeço a vc a possibilidade de “provocar” reflexões tão rica no meu grupo de trabalho.

    • Nossa, Maria Helena. Fico extremamente feliz e honrado por vocês terem dedicado esse tempo a discutir sobre o que escrevi. Me sinto realizado por, de alguma forma, ter contribuído com seu trabalho. Adorei a poesia. Por favor, agradeça à Maiana por mim. 😀

  7. Como aluna de ensino médio, e passando por todo o estresse e toda a pressão que é considerada “normal” nesta fase de minha vida, venho a lhes questionar: se sabem que o sistema de ensino nos ensina a ser maquinas de “conhecimento”, a sempre ser melhores que os outros, a ter sempre resultados positivos, a sempre dar devida importância e respeito ao senhor ou senhora que fica à frente de todos na sala (mesmo que tal exija esse respeito ao invés de merece-lo) e que estudemos o nosso material e extras que são voltados para o vestibular (que não testa minha inteligencia mas minha capacidade de controle emocional, sendo que são 5 horas ralando a cabeça com um descascador de batata apenas na primeira fase), me pergunto como que esse sistema de ensino ainda é o que prevalece? (seguindo sua lógica no texto “alunos de um modelo de educação igualzinho ao que eu tive, e que também foi o mesmo dos teus avós, teus bisavós, teus trisavós…” ).
    Se sabe o tanto que é exigido, forçado e o quanto é desgastante, como que esse ainda é o sistema que os pais escolhem para seus filhos? Entendo que isso não é o que nenhum de vocês possa desejar a seus filhos, porém é isso que sofrerão, se já não sofrem. Não importa a influência e apoio que vem da família, os níveis de estresse nos jovens só aumentam, como consta na pesquisa: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=vestibulares-aumentam-nivel-de-estresse-entre-jovens
    O efeito de tal estresse já pode ser notado em jovens adultos e adolescentes, que muitas vezes não sabem como lidar com a situação. Estes serão os jovens que necessitarão, e muitos que já necessitam, de acompanhamento psicológico afim de inibir suas consequencias.
    Tenho grandes esperanças de que o modo no qual escolhem testar a “inteligencia e conhecimento” mudem no futuro, por mais utópico que isso soe, é uma realidade que acredito que os futuros pais abraçarão, levando não só em conta o desenvolvimento pessoal de seus filhos como sua saúde e bem estar.
    Atenciosamente, L.B.

  8. É muito animador ver esse tipo de raciocínio elaborado entre brasileiros. Nós precisamos disso. E fica um alerta pessoal. Nossas escolas ainda mantém um sistema parecido com esse porque esse sistema já se mostrou sólido de alguma forma para manter renovação de força de trabalho no país (mais ou menos, tendo em vista a falta de profissionais altamente qualificados no Brasil e daí vem o porquê de exportarmos tão pouca tecnologia). Mas o alerta consiste em avisar aos PAIS que ensinem seus filhos aprendendo. façam por eles o q hoje ainda falta nas escolas, e quando a escola passar a melhorar nesses sentidos, continuem.

    Abraços

  9. Achei interessante, parabéns mas considero que este texto serve apenas como REFLEXÃO e não como uma acertiva afinal já vimos que “a verdade de hoje poderá ser a mentira de amanhã” , eu mesmo vivenciei fatos neste mesmo sentido e qual não foi minha surpresa ao ver a condenação de algo que era tido como absolutamente correto e agora totalmente errado então….cuidado

  10. Parabéns!!! Tentei ser assim na minha época de escola, mas o “sistema” acabou por me ‘decepar’… Na faculdade foi igual. Hoje tento com o meu filho que isso seja diferente. Que uma aula de matemática pode ser dada em um jardim por exemplo. Tudo se conecta hoje.

    • Excelente texto, muito encorajador, lembreime do tempo em que estudava no primário onde o aluno não podia nem se quer olhar para traz que bom que o mundo está mudando, hoje temos liberdade de expressão no que se refere à escola.

      • Oi Renato,
        Excelente texto, muito encorajador. Lembrei-me do tempo em que estudava no primário onde o aluno não podia nem se quer olhar para traz, que bom que o mundo está mudando para melhor, hoje temos liberdade de expressão no que se refere à escola, o processo de ensino e aprendizagem é uma interação entre professor e aluno.
        abraço

  11. Infelizmente alguns professores limitam a inteligência dos alunos e não deixam expor o seu conhecimento. Eu tenho uma amiga que ensina em uma escola do povoado no meu município, como era estava iniciando essa profissão uma professora conversando com ela, disse que tivesse cuidado nas atividades selecionadas para os alunos, pois os mesmos estavam acostumados com exercícios simples e fáceis, sem falar dos alunos que tinham dificuldades em aprender. Eu acredito que não deve subestimar a inteligência e os conhecimentos dos alunos e sim incentivá-los a expor suas ideias, pensamentos e criatividades. Eles sempre tem algo para nos ensinar.

    Renato Carvalho, Parabéns pelo excelente texto!!!

  12. Esse Texto é de suma Importância, que vamos Ressaltar que as pessoas não são todos iguais, Você pode ter mais facilidade que os colegas em um determinado assunto e menos que o outro, com isso respeite teu próprio rítmo de aprendizado, contudo o futuro vai exigir que você tenha uma boa noção do teus direitos e deveres para cumprir o papel de cidadã. Por isso as crianças são convencidas que aprender tudo aquilo que vem ai seu redor. o aprendizado não vem mais da interação da própria criança, com o objeto que ela esta conhecendo. As busca do conhecimento não começa mais se inicia na curiosidade e autoridade. Todas as crianças tem uma forma de agir para que os professor (a) tenha uma noção de tornar um melhor aprendizado, que as crianças e adolescente se torne grandes cidadãos Brasileiros.

  13. No meu entendimento, você colocou o que acredita estar errado na educação, pelo menos na brasileira que é a que conhecemos, bom, concordo com algo em torno de 70% do que foi dito, mas seria interessante, quando tiver um tempinho, colocar como você acredita que deva ser a educação na escola. EU pelo menos, com cerca de 95% dos professores que tive, eu aprenderia muito mais estudando sozinho em casa no período da aula, se não fossem obrigatórias as presenças, os outros 5% onde aprendi bastante durante as aulas, foram todas aulas em que os alunos tinham que de alguma forma trabalhar com o conteúdo, seja com dinâmicas, com exercícios, respondendo perguntas do professor, trabalho em grupo durante a aula, basicamente, botando a cabeça para funcionar, ao invés de só ficar assistindo o professor falar, fingindo que alguma coisa estava entrando na cabeça. Também acho que as escolas se preocupam pouco com a individualidade dos alunos, o jeito melhor para um aprender, pode ser horrível para outro, sem contar que os alunos quetinhos são tidos como comportados, mas criança ou jovem comportado demais, tipo, sem falar em sala de aula, queto demais, algo está errado, não está sendo preparado para a vida, por isso muitas vezes aquele cara que vive quetinho na sala so prestando atenção no professor, acaba não tendo amigos, e por isso mais tempo para estudar, tira só nota alta, não desenvolve habilidades pessoais, e não consegue no futuro ter uma carreira de sucesso, pois para isso é necessário saber lidar com outras pessoas e se comunicar, e necessário ser corajoso, coisas que nossa escola em geral não incentiva.

  14. Tão logo serei professora de História, e esse foi um dos textos mais inspiradores que li. Ele me passou uma energia boa para ir a sala de aula e fazer o diferente; abriu meus olhos quanto a erros que a escola do passado comete, e que está longe de corrigir. Eu realmente espero ter gás e amor pela sala de aula tantos anos quanto forem necessário; que eu não desanime, que eu não me deixe sucumbir pela exaustão, por salários baixos, falta de apoio, ou bagunça na sala. E que mais professores sejam assim.

  15. Legal a abordagem. São coisas que podemos conversar com os alunos, inclusive.
    Entretanto, honestamente, um casal vai matricular seu filho na escola, principalmente se estiver no nível médio, qual é o primeiro ponto que olham: currículo da escola (está de acordo com o vestibular da UF ou do ENEM???).
    Se um professor de Matemática aborda questões filosóficas, artísticas, etc dessa ciência, na reunião dos pais é massacrado porque essas coisas não caem no vestibular.
    Vivemos em uma sociedade utilitarista……E ao invés de tentarmos nos aprimorar, revisar nossos paradigmas, procuramos para nossas crianças uma escola que sustenta os paradigmas atuais, dos quais estranhamente reclamamos.
    Claro que há mudanças, mas as pessoas que mudaram são poucas e ainda são meio marginalizadas.
    Outra questão também é o desprezo pelos conteúdos: desculpe, mas trabalhar conteúdos é importante, ainda que o conteúdo não tenha uma aplicação prática ou mesmo interessante. O que se deve evitar, realmente, é a decoreba. Então, a apresentação deve ser mais didática, mais crítica e cobrar mais o raciocínio.
    Aviso que esse lance de “pesquisar no Google” os alunos da Geração Y (ao contrário do que se afirma) não sabem fazê-lo adequadamente. Wikipédia é sempre 100% confiável e blogs são inquestionáveis. Os comentários das pessoas, em vários sites, visam a agressão e a petulância ao invés da real contribuição (não digo os que li aqui. Não li todos, mas achei bons os que li). Orkut faliu por causa do excesso de agressões nas comunidades (e isso está sendo levado ao Facebook…..a culpa é da ferramenta???).
    Fora que hoje em dia todo mundo deve ter a mesma opinião: falar que a Dilma faz um excelente Governo, que abortar é assassinato, que bandido não merece pena de morte, que homens e brancos também sofrem discriminação ou qualquer outra opinião que divirja da maioria, é motivo para agressão. E isso é consequência de uma Educação conteudista sem acionamento do raciocínio (por que não se ensina retórica na sala de aula???). Enfatizo: conteúdo é essencial, o que deve ser revista é a metodologia. Claro que revisar conteúdos também é bom (Tábua de Logaritmos hoje é desnecessária, porém importante para o aluno perceber a evolução das coisas, valorizá-la e contribuir futuramente para mais evoluções).
    Tenho muito mais o que falar, mas não vou cansá-los. Gratidão.

  16. Caro Renato,

    Concordo com absolutamente tudo o que colocou. A escola tradicional não deu conta de acompanhar o fluxo complexo da história. É um desafio pensar a educação para o século XXI, onde as informações estão disponíveis,e de forma muito mais completa em videos no youtube ou aulas virtuais com os melhores especialistas.
    Entretanto acredito que a escola tem sim seu papel.
    Sou sócio-fundador da Casa Viva Educação e Cultura, uma escola em Belo Horizonte-MG, com 2 meses de existência e que se propõe justamente ser um espaço para a troca de conhecimentos de forma original e colaborativa. Desde as decisões que são colegiadas, à construção de um currículo colaborativo, acreditamos que só há educação que for uma Educação Democrática.

    Quero te convidar a dar uma olhada em nossa história e participar deste debate conosco. Deixo abaixo alguns links para que possa nos conhecer melhor.

    Nosso canal mais acessado: https://www.facebook.com/pages/CASA-VIVA-Educa%C3%A7%C3%A3o-e-Cultura/700815883340202?fref=ts

    Nosso site, mais institucional: http://www.institutocasaviva.com.br/

    E aqui duas matérias sobre nós do excelente Centro de Referências em Educação Integral http://educacaointegral.org.br/noticias/como-nasce-uma-escola/

    http://educacaointegral.org.br/noticias/como-nasce-uma-escola-rede-curricular-lida-com-conhecimentos-de-maneira-organica/

    Um abraço,
    Christian Bravo

  17. Cara… Virei tua fã!!!
    Por personalidade sempre fui uma aluna revoltada com o que me ofereciam (já ruminado), mas muita coisa tive que engolir com cara de novo, afinal quem tinha a caneta achava que tinha o poder, e assim o fazia!
    Hoje percebo em minha filha, que ela têm professores, pobres mortais de escolas do passado, com traumas em suas almas, que destilam em suas aulas a mesma “doutrinação” pela que passaram…
    Nas salas de aulas existem mais do que alunos, são seres pensantes, futuros adultos e idosos que terão que decidir entre tantas coisas, talvez até o nosso próprio futuro.
    E em relação aos comentários, só tenho a lhe dizer que as pessoas perderam o poder sobre o botão de liga / desliga… Se eu não gosto, eu não leio, se eu não quero, eu não adquiro, se me incomoda eu me retiro… E assim, se eu não concordasse com seu texto, escreveria o meu!!!!
    Parabénszasso…

    Obs. Aos que quiserem comentar meu comentário: sou responsável pelo que escrevo e não pelo que vc entende. Se não te agradou, não deveria ter lido. Se for pra criticar, vá beber uma água, assim aproveitará o tempo fazendo um bem à sua saúde…rsrsrs

  18. Renato, concordo com em parte com você.
    Na realidade concordo com 90% do seu ponto de vista e até coloco muito em prática no ambiente de trabalho. Um ponto importante de devo enfatizar é que não concordo com o seu ponto de vista em relação às provas e a medição de capacidade de 7 a 10. Provas consistentes e correções rigorosas concreta uma das pedras fundamentais na alma de uma pessoa.
    Observando que o ensinamento foi realizado de forma uniforme e que você deve treinar, entender, compreender a matéria e saber desenvolver tal conhecimento, independentemente de trara-se de biologia, matemática ou língua portuguesa e sim você será avaliado e comparado.
    Meu caro, existem diversas formas de Inteligência (falando no contexto psicológico), mas o ser humano deve saber adquirir conhecimento e com este conhecimento produzir resultado (habilidades), acredito que alguns métodos da antiga escola ensinam exatamente isto. Uma vez que adquirido o conhecimento e treinado você deve desenvolver a habilidade mínima para realizar uma prova e consequentemente ser aprovado. A avaliação serve para medir a sua habilidade e a comparação fica para que você observe se pode melhorar e até criar uma insatisfação própria com o seu resultado e procurar melhorar para a próxima avaliação.
    As “perversões” dos novos modelos de ensino tem criado uma legião de seres humanos que não entendem que falar ou escrever o português correto não é uma opção, orgulham-se de ser ignorante num assunto, constantemente ignoram regras, normas e não fazem questão de estudá-las e se cometer alguma infração a culpa de é “do outro” que não disse nada. Estas observações cabem também à classe de educadores de qualquer nível.
    Sim o mundo fora da escola é muito maior e mais cheia de opções, que serão sempre mais aproveitadas, discutidas criadas e remodeladas, por crianças e adultos com um alicerce sólido, capaz adquirir conhecimentos e saber criar resultados com estes conhecimentos.

    Um abraço.

  19. Oi Renato,
    Seu texto foi um dos melhores que li nos últimos tempos! Fui uma criança extremamente criativa. Uma vez na escola pintei o corpo humano de azul e a professora chamou a minha mae, que como boa pedagoga falou que ela não podia tolir a minha imaginação, já que ela não havia especificado a cor que deveríamos usar. Amava aula de música, artes, e aprendia muito mais quando os professores levavam a gente para passeios/aulas dinâmicas do que com livros propriamente ditos. Quando tinha 9 anos meus pais me colocaram em uma escola católica, quadrada, antiquada. Aquilo pra mim era um sofrimento sem limites. Eu sentia como se eu não pudesse respirar, porque a minha válvula de escape (a criatividade) era tolida a todo momento. Com o passar do tempo, fui piorando nas matérias e era um suplício pra mim aprender aquele monte de coisa, que hoje até acho interessante, mas que na época foi ensinado da forma mais chata e massante possível. Seu texto descreve exatamente meus questionamentos e pensamentos a respeito da escola “convencional”. Ao final da escola eu era uma pessoa completamente desestimulada. Minha mãe, como pedagoga, sofria de me ver daquele jeito, mas meu pai não queria me mudar de escola. Quando finalmente consegui minha liberdade, fui cursar Moda (que sempre soube que queria) e me encontrei. Meus trabalhos eram os melhores da turma e eu amava o que fazia, porque usava a parte forte da minha “inteligência”. Depois disso resolvi ir para a parte de compras em moda (sempre tive PAVOR de matemática), mas eu gostava tanto do que eu fazia, que a matemática passou a ser prazeroza pra mim. Quando trabalhamos nossos pontos fortes, podemos suportar nossos pontos fracos, porque conseguimos enxergar a recompensa e nos manter motivados. Mas uma marca eterna que a escola convencional me deixou: pânico de provas! Ainda preciso trabalhar essa parte. Não conhecia o blog, mas vou começar a ler pois é um assunto que poucas pessoas questionam. Parabéns pela abordagem e por ser um pai tão sábio! A vida de muitas crianças seria mais leve e feliz se existissem mais pais como você.

  20. Adorei seu texto Renato. Parabéns. Tenho um filho de 3 anos, inteligente, livre e independente que pinta e borda a vontade. Me preocupo muito com o pós educação infantil. Imagino sua decepção (e a minha) ao se deparar com o ensino do passado.
    Moro em Niterói. Será que tem por aqui algum escola do futuro?

  21. Parabéns pelo excelente artigo. Gostaria muito de te conhecer pessoalmente, pois estou engajado a criar espaços de aprendizado para crianças (e adultos). Moro em São Paulo e, além do meu trabalho na área de Marketing/Comunicação Digital, ministro palestras de tecnologia na educação.

  22. Parabéns Renato. Lendo o seu texto sinto uma vontade enorme de ir correndo para a sala de aula, dividir essa reflexão com os meus alunos. Quanto mais pudermos pensar a respeito e mexer nas estruturas dos nossos pensamentos, maior diferença conseguiremos fazer na vida dos indivíduos que serão os adultos de amanhã. Obrigada por essa contribuição. Eu também acredito que a escola “regular” não é suficiente para quem quer vencer os desafios do mundo lá fora e essa também é uma preocupação de professores e gestores do ensino fundamental publico, que tive o prazer de conhecer e ouvir. A impressão que tenho é de que tudo precisa ser atualizado nesse país, sem querer ser pessimista.

  23. Prezado Renato,

    Certo esteja que ficamos extremamente encantados com tamanha visão do modelo atual de ensino em nosso país.

    Quisera que os políticos, secretários, diretores etc.. tivessem tamanho entendimento de que muito tem que ser mudado, de que muito está errado, e de que ações por parte de pessoas sensíveis e competentes tem que ser adotadas o quanto antes.

    Sei, e sempre soube que a pseudo-metodologia de ensino não é condizente com a realidade do mundo atual. Por isso, gostaria de receber a sua autorização para divulgar este texto em nosso site de notícias. E assim, poder disseminar o conteúdo do mesmo a mais pessoas, e aos nossos leitores cativos.

    Peço-lhe essa autorização, por que entendemos que a mídia como formadora de opinião, não deva servir a interesses pessoais, político-partidário ou econômico, se dê ao desleixo de veicular matérias midiáticas apenas para servir os interesses acima citados.

    Gratos já somos por você ter nos agraciado com esta memorável carta.
    Mais gratos seremos ainda se pudermos contar com a sua autorização para que possamos publicá-la em nosso site.

    Abraços fraternos de toda a equipe do Jampa Web Jornal.

    jampawebjornal@gmail.com

    http://www.jampawebjornal.blogspot.com.br/

  24. Parabéns Renato pelo seu texto. Trabalho e pesquiso sobre criatividade aplicada ao desenvolvimento pessoal e profissional há mais de 10 anos, com a Escola de Criatividade (escoladecriatividade.com.br – facebook/escoladecriatividade) em Curitiba e pelo país. Tenho aprofundado estudos sobre melhores projetos e publicações sobre a aplicação da criatividade na educação. E como pai de duas meninas de 6 e 9 anos, realmente me assusta o que ainda persiste hoje no Brasil e boa parte do mundo, mas me surpreende o que está florescendo de novo em alguns países. Ano passado fizemos o Festival Mundial de Criatividade onde entre vários temas, um evento que chamamos de PRovóquios – debateu com várias personalidades entre elas, educadores, gestores, filósofos, próprios alunos, empresários etc.., sobre o futuro da educação. Nesse ano teremos a edição dois do evento, ao final do ano. Quem sabe você participa com a gente da troca de ideias. Parabéns
    Jean Sigel

  25. Nossa! que texto maravilhoso que nos leva a refletir sobre a educação que queremos e sonhamos e acredito estar num futuro bem próximo.

    Parabéns Renato Carvalho!!! muito bom sua linha de pensamento, amei!!!

    Abraços

  26. Renato, que texto!! Eu, leitora voraz e educadora por paixão (e profissão), compactuo seus pensamentos. Deixo o mesmo discurso para minha filha..não se deixe avaliar pela nota baixa de matemática, e sim pelos conhecimentos e questionamentos que você faz ao mundo! A escola ficou pequena para o horizonte sem fim que é o mundo… Parabéns..levanto da cadeira pra te aplaudir de pé!!

  27. A dimens~ao deste artigo ‘e muito profunda. Estou nesse momento buscando criar for’cas para mudar a minha fiilha adolescente de escola e estou imersa nesse prop’osito. Ponderando sobre presente e futuro…. Essas palavras me tocaram e quero levar esse prop’osito de fazer uma mudan’ca unilateral ainda, mas vislumbtrando um futuro que a escola atual dela n~ao vai oferecer. Por favor o que mais posso fazer para ajudar a despertar esse sentimento de mudan’ca

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